Cidade passou a ser reconhecida internacionalmente devido os estudos desenvolvidos pelo paleontólogo

A cidade comemora os 220 anos de nascimento do pai da paleontologia brasileira, Peter Lund (1801-1880) figura ilustre para os estudos e contribuições da esfera científica em nível mundial. Destaque para as escavações realizadas em Minas Gerais, como Lagoa Santa e a gruta Lapa Vermelha, localizada em Pedro Leopoldo, na qual descobriu entre 1835 e 1845, milhares de fósseis de animais extintos da época do Pleistoceno e crânios humanos em estado fóssil, como a Luzia, o fóssil mais antigo encontrado na América do Sul.
Considerando a importância de suas descobertas para o município e para a humanidade, na última semana foi realizado IV Simpósio de Arqueologia do Carste de Lagoa Santa, de forma online, com diversos eventos culturais e a tradicional visita ao túmulo, onde ele escolheu que fossem deixados seus restos mortais. Ocorreu também a emocionante entrega da Medalha Lund.
Lund nasceu em Copenhague, na Dinamarca, estudou medicina e expandiu seus conhecimentos entre a zoologia e a botânica. Em 1825, veio para o Brasil se fixando no litoral fluminense, para estudar o comportamento das formigas e ovos moluscos. Ele retornou à Europa para divulgar suas descobertas, mas voltou ao Brasil em 1833, com seu colega L. Ridel. No ano seguinte, em uma excursão botânica a Minas Gerais, eles descobrem a existência de grandes ossos em cavernas calcárias da região de Lagoa Santa.
Peter Lund morou e trabalhou mais de 40 anos na cidade, falecendo aos 78 anos em 1880. Por ser protestante, não pôde ser enterrado no cemitério local, logo, antes de morrer comprou um terreno e disse seus desejos para quando o momento chegasse, um deles era ser sepultado à sombra de um pequizeiro, árvore típica da região. Em sua homenagem foi erguido um monumento ao lado do túmulo. Hoje é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Para conhecer mais sobre sua Peter Lund, você pode se programar para visitar os principais pontos turísticos da região e entender um pouco do porquê Lund escolheu essa terra para viver, local de grande admiração para ele que apesar dos esforços da Família em fazê-lo retornar para Dinamarca, ele não quis deixar o município. Sua relação com a cidade pode ser resumida pela própria citação do pesquisador: “Aqui sim é um bom lugar para se viver”.
